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Foto do escritorAna Carolina Urel

O milagre de ser quebrada

“Ouvindo isso, Jesus lhes disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores". Marcos 2:17


Eu tenho pensado sobre escrever ou não algo como este texto há um tempo. Eu tenho pensado se devo ou não escrever sobre a minha podridão, devo eu falar sobre os meus defeitos e pecados abertamente? Devo colocar-me na posição de ser vista pelos outros como eu realmente sou? Por duas semanas antes de sentar para escrever esse post novo eu tenho pensado sobre isso.

Devo eu escrever sobre estar “doente”, quebrada? Eu sempre tentei tanto ser inteira. Ser boa. Como eu mesma poderia quebrar essa imagem? Eu sei que a Bíblia diz que não há nenhum justo, nenhum sequer, mas eu tentei ser boa por tanto tempo. (Rm 3:10)

No último ano porém eu aprendi que as pessoas se conectam mais com pessoas quebradas do que com pessoas “perfeitas”, a gente se identifica mais com pessoas que passam por dificuldades, aqueles que realmente admitem, não só fingem, que precisam de Deus. Eu tento ser bem de verdade nos meus posts do blog e mostrar para vocês um pouco do que se passa na minha cabeça. Mas eu também preciso ter discernimento para não escrever sobre processos que envolvem mais pessoas do que eu.


Hoje eu resolvi abrir um pouco mais do meu processo até aqui e como alguns de vocês notaram porque eu estou mais feliz desde que me mudei para o Brooklyn. Eu sei que você brasileiro pode estar pensando que eu fiquei mais feliz porque me mudei para os Estados Unidos, mas é esta exata mentira que eu quero quebrar.

O post de hoje é inspirado no meu processo, obviamente, e também na música Broken Prayers (Orações Quebradas) “https://www.youtube.com/watch?v=vjfdHtOJxJc” que apareceu do nada na minha playlist. Você pode ouvir depois e ler a tradução. Se você prestar atenção na letra você entenderá porque essa música me trouxe para este momento aqui agora. Eu talvez até use parte da letra para descrever como estou me sentindo.Então é isso, vamos lá.


Tirando o meu temperamento difícil como a minha mãe descreveria eu sempre tentei ser uma boa garota.

Eu nunca fui muito rebelde.

Eu nunca fiz nada muito doido.

Eu nunca bebi ou namorei muitos caras. (Nenhum cara na verdade.)

Eu não era de ir em festas.

Eu sempre fui a igreja várias vezes na semana.

Eu costumava orar e ler minha Bíblia.

Eu tinha notas boas na escola. Os professores reclamavam que eu falava demais, mas eles sempre disseram que eu era muito inteligente.

Eu era uma boa garota.

Quando minha avó ficou doente eu ajudava minha mãe cuidar dela. Eu tinha 15 anos e trocava as fraldas da minha vó.

Eu entrei numa boa faculdade.

A única nota ruim que eu tirei na faculdade me fez chorar por dias e eu me matei de estudar para que eu terminasse a matéria muito bem.

Eu ganhei uma bolsa de estudos para fazer um MBA.

Eu tentava fazer tudo o que eu achava que uma boa pessoa deveria fazer.

Eu tinha um temperamento horrível porque ou eu estava brava ou triste.

Contudo, eu sempre estava escondendo alguma coisa. Eu não queria que as pessoas vissem quem eu realmente era.

Eu não queria ser vulnerável, frágil ou dar as pessoas algo que elas pudessem usar contra mim.

Eu com muita frequência eu era grossa e má.

Eu tinha vários muros erguidos.

Era difícil me fazer falar sobre coisas reais.

Existiam duas Carols. Uma que era vista e a outra que vivia dentro da minha cabeça. Eu costumava pensar que eu não era amada e que as vezes eu não merecia a vida que eu estava vivendo.

Bom, as vezes eu pensava que não era amada porque as pessoas não me amavam do jeito que eu queria ser amada.

Eu era egoísta e esperava que as pessoas atendessem as minhas expectativas de amor.

Eu conhecia a Deus e tinha medo dele.

Eu estava infeliz e eu culpava pessoas e circunstâncias por isso. Nunca o meu coração.


Em 2015 quando eu estava na FIEL de jovens e muito insatisfeita com a minha vida porque eu não tinha o que eu queria para aquele momento, eu fiz uma oração. Eu pedi que Deus salvasse algumas pessoas especificas a minha volta e que Ele me desse o que eu queria. Deus foi bem claro quando Ele me disse que não mudaria as pessoas enquanto eu não mudasse e que não mudaria a minha situação enquanto eu não entendesse que a sua graça era suficiente. Deus usou alguém para citar 2 Corintios 12:9 para mim e até hoje esse é meu versículo favorito. "Mas ele me disse: "Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim.". Naquela época eu fiz o objetivo da minha vida aprender sobre contentamento. Como Deus estava me dizendo que a circunstância não era o problema eu decidi que eu iria trabalhar para mudar meu coração. Eu procurei por mudança do jeito que eu sabia que podia acontecer, eu procurei conhecimento. Eu li livros sobre contentamento e sobre estar satisfeita em Deus, eu memorizei o versículo que dizia que a graça de Deus era suficiente para mim. Eu entendi que eu pedia a Deus coisas boas, mas com motivos egoístas.

Eu aprendi que toda vez que eu dizia que eu seria feliz quando isso ou aquilo acontecesse aquilo era um ídolo no meu coração. E eu tinha vários: casar, ter filhos, viajar pros EUA, a conversão de pessoas especificas, ter uma quantidade certa de amigos e vários outros. Eu tô citando só os principais.

Eu acho que naquele momento e quando eu tive o diagnóstico de Lupus Deus estava me chamando para que eu me abrisse e para que eu fosse até Ele. Eu tentei da maneira que eu sabia e eu acredito que Deus trabalhou nessas estações para me mostrar coisas que eu precisava ver.


Voltando ao tema ser uma boa garota. Eu sabia que eu era pecadora. Eu cresci na igreja. Eu aprendi como falar com Deus. Entretanto, parte de mim acreditava que estar bem era como eu alcançaria a Deus. Eu costumava pensar que eu tinha que orar já arrependida. Eu tinha que chegar a Deus já limpa. Eu precisava seguir as regras. E eu seguia. Como uma boa aluna, eu estudava, eu prestava atenção no professor, eu seguia todo conselho cristão que meus lideres me davam. De alguma maneira eu achava que era isso que Deus queria. Só para deixar bem claro aqui, eu não estou dizendo que você não devia fazer essas coisas. Você com certeza deve. Meu problema era a minha motivação. Eu pensava que agindo da maneira que eu deveria agir eu conseguiria a aprovação de Deus. Eu sabia que o único caminho para Deus era Cristo, mas eu achava que depois de conhecer a Cristo a gente tinha que trabalhar muito.


Minha mãe costumava me zoar dizendo que eu era certinha demais. Até careta. Ela costumava dizer para as pessoas que ela não se preocupava comigo porque se eu fizesse algo errado, eu era a primeira a chegar nela para confessar. Porém, com qual motivação? Com certeza não era a glória de Deus. Eu achava que era, mas eu queria ser boa. E outra parte é porque eu tinha medo. Eu tinha medo de Deus e das pessoas então eu achava que se eu fizesse tudo certo ninguém poderia me culpar de nada.

Eu queria ser forte e estava sempre dando conselhos para as pessoas sobre Deus. Eu sempre estava dizendo aos outros o que eu achava que Deus queria de nós. Eu estava envolvida na igreja. Contudo, eu por muitas vezes estava triste ou brava. Tinha algo de errado comigo, muito facilmente as coisas tiravam minha alegria.


Em 2016 quando eu me mudei de volta para Tupã foi um dos meus períodos mais tristes. Eu deixei pessoas e circunstâncias tirarem minha alegria. Deus me mostrou mais uma vez como ter o que eu queria era um ídolo no meu coração. Eu queria ser amada e quando eu fui rejeitada meu mundo caiu. Eu era amada por Deus, pelos meus amigos, pela minha família, mas eu deixei uma rejeição me destruir. Eu chorava demais. Eu perdi o prazer nas coisas e por causa disso eu me senti sem valor. Foi profundo e desafiador. Contudo, me levou para mais perto de Deus. Eu fui até Ele lendo a Bíblia e orando, mas mesmo nas minhas orações eu tinha dificuldade com o processo. Eu queria ficar bem logo, naquele momento se possível. Eu não queria que as pessoas me vissem sofrendo.


Olhando para trás agora eu não conseguia admitir para as pessoas ou para mim mesma quão quebrada eu estava. Honestamente, eu não acho que foi a situação que me quebrou tanto. A situação só revelou o que existia no meu coração. O medo de ser rejeitada, não ser amada, ser deixada de lado, não ter valor.


Continuando… Eu estou tentando não focar muito nas circunstâncias porque eu quero que você leitor entenda que o problema era meu coração.


Em 2017 eu lutei muito com as situações a minha volta. Eu repeti para mim mesma que Deus estava usando as circunstâncias para trabalhar em mim e eu acho que isso me ajudou a seguir em frente mesmo com os problemas. Eu confiava que Deus tinha um plano. Se eu tava feliz com o plano? Nenhum um pouco. Eu me sentia miserável. Entretanto, eu não falava isso para as pessoas. Eles podiam ver, mas eu sempre estava tentando colocar muros e uma cara de que tudo daria certo e a gente só precisava confiar em Deus.

Eu me convenci de que o sofrimento era a escola de Deus para moldar meu coração e esse era o único jeito. Então, eu passaria pela dor e tudo daria certo porque esse era o amor e cuidado de Deus por mim. Novamente, eu não estou dizendo que o sofrimento não é uma boa escola, o meu problema era o extremo. Eu achava que essa era a única escola. Eu achava que eu estava destinada a sofrer. Eu me programei para ver as coisas ruins da vida e não o bem que Deus estava fazendo em tudo isso.

Quando eu decidi me mudar para os EUA eu realmente pensei algo como “a vida é só sofrer então eu posso sofrer nos EUA por um ano.”


Eu me mudei pros EUA me sentindo quebrada. Eu me sentia em pedaços. Eu não sei se as pessoas a minha volta conseguiam ver, mas eu estava quebrada. Eu vivo muito dentro da minha cabeça e infelizmente eu enchi ela com muita coisa ruim. Entretanto, porque eu sempre estava tentando esconder o meu sofrimento e eu não era muito sincera com Deus e com as pessoas. Como eu disse antes eu estava tentando fazer tudo ficar bem. Eu só não sabia antes que fingir que estava tudo bem não fazia as coisas ficarem bem. “Eu tentava fazer o ruim parecer melhor, dizer todas as palavras que eu devia dizer, dizer amém, fazer com que becos sem saídas parecessem o céu, como se ficar bem fosse o jeito de alcançar a Deus.”


Então não foi uma surpresa que quando eu cheguei aqui eu tive um problema para aceitar as coisas boas.

Me surpreendeu que as pessoas fossem legais comigo. Me surpreendeu que uma igreja me aceitasse tão bem. Me surpreendeu que eu me sentisse segura e em casa. Como você pode ter lido nos meus posts anteriores eu fui muito abençoada e isso foi uma batalha para mim.

Eu lutei com receber coisas boas. Eu me lembro de uma vez em que um amigo me perguntou “Carol, por que você é tão difícil para receber as coisas?”

Na minha cabeça eu pensei coisas tipo: “Que? Tá loco? Quem tem problema para receber coisas? Eu não tenho um problema! As pessoas tem problemas para aceitar a dor. Eu não tenho um problema para aceitar coisas boas. Que tipo de pessoa tem problema em aceitar coisas boas? Isso não é real. Como que ele podia dizer isso?”

Eu nem lembro o que eu respondi para ele. Acho que eu disse que eu não sabia.

Mas aquela pergunta me assombrou. Eu pensei muito sobre aquilo. Eu não conseguia aceitar que eu tinha um problema para aceitar coisas, mas se ele disse isso, algo ele viu. Eu perguntei para Rebeca e ela me disse: “Carol eu tenho te falado isso faz tempo já. Você tem dificuldade em aceitar que você pode ser amada. Boas coisas podem acontecer. Você tem muita dificuldade de aceitar que você não precisa se esforçar tanto para ser amada. Deus já te ama. As pessoas gostam de você porque querem e pronto. Você precisa parar de procurar por motivos escondidos. Não é todo mundo que tá escondendo alguma coisa para usar contra você depois e te machucar. Boas coisas podem acontecer.”

Eu lembro de falar com o meu irmão também e eu disse: “João, eu não sei lidar com essas situações. Tem tanta graça, tanta alegria. Eu achei que o deserto era a única escola. É errado que eu esteja muito feliz?”

O João me disse algo tipo: “Carol, a graça também é uma escola e eu tenho para mim que uma escola bem mais desafiadora que a dor.”


Eu tinha um problema para receber coisas boas. (Eu ainda tenho, mas agora eu sei.) Mas então, se eu aceitasse que eu tinha um problema aceitando coisas isso abriria muitas portas. Se eu tinha um problema com a graça eu não estava fazendo tudo certo como eu pensei que estava. Eu não estava vendo as situações com os olhos certos.

Bem recentemente eu comecei a ler um livro sobre o filho pródigo. Eu vou citar uma parte dele aqui porque descreve muito essa minha parte do processo.


Um dos maiores desafios da vida espiritual é receber o perdão de Deus. Há algo em nós humanos que nos mantém apegados aos nossos pecados e nos impede de deixar Deus apagar o nosso passado (...). Às vezes até parece que quero provar a Deus que minhas trevas são grandes demais para serem superadas. (...)

Receber perdão exige uma total disposição de deixar Deus ser Deus e fazer toda a cura, restauração e renovação. Desde que eu mesmo queira fazer uma parte, acabo com soluções parciais, eu me torno um empregado contratado. Como empregado contratado, ainda posso manter distância, ainda posso me revoltar, rejeitar, atacar, fugir ou reclamar do meu salário. Como filho amado, tenho que reivindicar toda a minha dignidade e começar a me preparar para me tornar como o pai. ”* E para fazer isso, você precisa renunciar a tudo.


Eu tinha dificuldades com a graça.

Eu tinha dificuldades em aceitar que Deus me amava mesmo quebrada. Mesmo quando eu me sentia uma merda e sem valor. Ele estava me mostrando seu amor de maneiras incríveis. Eu não podia negar, mas eu estava lutando. Eu ainda me sentia quebrada.

Porque a boa garota que eu criei era de mentira. Ela fazia todas as coisas certas, mas ela tinha muito ressentimento dentro dela. Eu não merecia. Deus é muito bom para mim. Eu comecei a olhar as coisas ruins e difíceis do passado como uma demonstração do amor de Deus por mim e esse amor me transformou. Me trouxe para um estado de total gratidão por tudo de ruim e difícil. Eu comecei a entender que eu podia orar a Deus sobre o que realmente eu estava sentindo.

Eu podia dizer para Ele “Ó Deus eu não tô gostando disso não.” Eu não tinha que fazer o ruim parecer melhor. Eu queria ser o melhor que eu poderia ser para que eu pudesse ser amada e Deus me mostrou que Ele sempre me amou mesmo quando eu não admitia quão quebrada eu estava. Eu escrevo isso com lágrimas nos olhos porque pensar nesse amor ainda me constrange a ficar de joelhos e agradecê-lo.


Toda a aprovação que eu busquei a minha vida inteira estava ali. Todo o amor que eu procurava a minha vida toda estava ali. Todas as batalhas que eu tinha dentro da minha cabeça que diziam que eu nunca ia conseguir e que eu nunca chegaria lá porque eu não era boa o suficiente foram em vão. Deus já tinha feito tudo e apesar de saber disso eu não tinha experimentado isso ainda.

Eu tinha medo que se eu me mostrasse para Deus e para o mundo. Se eles descobrissem quão quebrada eu era eles não iriam me querer. Mas Deus já sabia quem eu era. Ele só estava me esperando. Ele me chamou em momentos difíceis, me chamou com amor e me chamou com graça.

Demorou muito tempo para eu entender que eu podia ser eu.


Eu podia gostar de futebol e de moda ao mesmo tempo. Eu podia gostar de ler e de cantar igual doida na rua. Eu tinha medo de ser julgada ou machucada. Eu passei anos demais olhando sob o meu ombro com medo de gostar do que eu gosto ou ser quem eu sou. Eu sempre me preocupei em consertar, consertar, fazer melhor, ser melhor, saber melhor.


Eu não estou dizendo que você não deve buscar crescimento, mas nós devemos buscar crescimento porque amamos a Deus e porque Ele nos constrange a fazer isso. Eu tentei por tanto tempo ser inteira sozinha. Eu tentei ser o que os outros esperavam que eu fosse. E era cansativo demais e eu não conseguia.

Até que Deus me mostrou que eu era inteira em Cristo. Todo o amor que eu procurava estava nele. Ele me queria como eu estava, Ele não me deixa ficar como sou, mas Ele me queria. Então qual era o ponto de esconder quem eu era? Quão era o ponto de fingir ser boa? Isso só criou uma barreira entre Deus e eu.

Eu não sei porque eu tentava esconder as minhas partes ruins como se Deus não soubesse delas. O que estava me distanciando de Deus era eu mesma. Eu estou escrevendo isso hoje porque isso é parte do meu processo. Eu estava doente e Deus foi minha cura, mas foi só quando eu entendi quão doente eu estava que Deus pode me curar. Somos tão fortes quanto somos honestos. Não tem jeito de curar um problema que eu acho que não existe. Eu não tenho mais medo de ser julgada pelo que eu escrevo. De fato, eu espero que se existe alguém que esta lendo isso que se sente tão quebrada como eu me sentia, mas ainda está lutando para fazer tudo dar certo sozinho. Existe esperança para você. Existe esperança para essa batalha. Eu sei que você tá cansado.


Eu ainda tenho muito para trabalhar em mim. Se você perguntar para as pessoas que convivem comigo elas ainda vão dizer que eu tenho uma personalidade forte. Eu ainda fico bem irritada quando as coisas não saem do meu jeito. Eu ainda luto com o orgulho. Eu ainda tenho muito medo da vida e das pessoas. Eu ainda fico triste. Recentemente aconteceu algo que quase me jogou naquele mar de tristeza de novo e foi difícil. Deus me pediu algo que eu não queria entregar e eu fiquei brava. Por um tempo eu fingi que eu não estava brava. Eu disse “Tudo bem Deus é seu e eu tô bem com isso”. Nossa que mentirosa, credo. Eu não tava feliz e eu ainda luto com o meu velho homem que quer fazer o ruim parecer bom.


Eu escrevo esse texto enquanto eu aprendo a ser honesta com Deus. Foi só quando eu comecei a realmente falar com Ele sobre como eu realmente estava me sentindo que Ele pode me curar de verdade.

As vezes eu ainda deito no chão e choro (sem zoeira, eu faço isso) porque eu acho que meu plano é melhor, mas quando eu entrego isso a Deus Ele fala comigo. Toda vez que eu me abro e as minhas orações são reais eu sinto que Deus fala comigo.


Eu não estou mais tentando fingir que sou perfeita. Eu ainda sou uma pessoa que segue regras, mas porque eu amo o meu Deus, não porque quero conquistar algo.

Eu não estou mais escondendo minhas decisões ruins. Eu tomo decisões ruins o tempo todo e eu tenho tanta vergonha delas e por essa razão eu escrevo esse texto. Eu quero que nós aprendamos a ir até o Pai quando erramos não correr para longe com vergonha.

Eu ainda luto com orgulho, com medo de ser rejeitada, ansiedade, eu quero estar certa o tempo todo, eu sou egoísta, eu minto, eu julgo, eu tenho pensamentos impuros e cara tantas coisas mais, mas eu tenho um salvador. O que me faz diferente do mundo não é quão boa eu sou em não ser pega fazendo coisas erradas, o que me faz diferente é o meu salvador. O relacionamento com Jesus. Sou eu indo até Ele e dizendo eu não consigo fazer isso sozinha. Sou eu chorando desesperada por ajuda. Ele define quem eu sou, não eu. Como a letra de uma das minha músicas favoritas no momento diz:


“Quando eu estava doente Você foi minha cura

Agora Seu amor é o ar que eu estou respirando

Eu tenho um futuro, meus olhos estão abertos

Porque quando Você chamou meu nome

Eu corri para fora da sepultura

Fora da escuridão

Em Seu dia glorioso”


Eu oro para que você não tenha medo de ser real como eu tinha. Eu oro para que nós não nos escondamos mais. Eu oro para que nós paremos de agir como fariseus que se importam tanto com o que é visto e muito pouco com o coração.

Qualquer coisa boa que você vê em mim é obra do meu salvador.

Estar quebrada foi um milagre porque eu pude achar minha cura. Eu oro para que se você está lendo isso e de alguma maneira você se sente como eu me sentia. Seguindo a Deus, mas distante dele. Desmotivado. Eu oro para que Deus traga claridade para sua vida e que te leve para o amor que tem te esperado o tempo todo. Tudo bem não ser perfeito. Tudo bem se você falhar. Novamente, eu não estou te dando uma desculpa para falhar eu estou te dizendo que você precisa de um salvador e você não vai conseguir nos seus próprios esforços.


Se você chegou até aqui eu quero dizer que estou aberta para qualquer pergunta que você possa ter sobre a minha história ou sobre Deus, por favor se sinta a vontade para me mandar mensagem se você precisar de ajuda. Você pode comentar nessa publicação, ou pode achar minhas redes sociais aqui no blog, você pode me mandar um email em anacarolinaurel@gmail.com. Vamos trabalhar em amor, em cura. Não vamos crescer em ressentimento, mas em amor a Deus e outros.


Davi não tava de brincadeira quando ele escreveu “Enquanto escondi os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; minha força foi se esgotando como em tempo de seca. Então reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas culpas. Eu disse: "Confessarei as minhas transgressões ao Senhor", e tu perdoaste a culpa do meu pecado.” Salmo 32:3-5

Funciona, você devia tentar. Agora a bola está com você.

Eu sim estou mais feliz atualmente por causa do meu relacionamento com o meu Pai. Eu estou mais feliz porque a graça de Deus é algo maior do que eu posso compreender. Eu estou mais feliz porque mesmo que eu passe por tempos difíceis eu sinto Deus bem aqui comigo. Eu estou mais feliz porque eu recebi vários milagres, mas o maior deles foi Deus curar meu coração.


Sem foto bonita hoje. Hoje é sobre ser real.


PS: Eu tirei essa foto em um dia que a Rebeca me perguntou se tava tudo bem e eu mandei para dizer para ela que não tava tudo bem não haha.


*Livro: A Volta do Filho Pródigo de Henri Nouwen

**Música: Glorious Day de Passion




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1 comentario


deb_jp
12 feb 2020

Carol!! Me identifiquei muito com o que li... Também sofri demais até perceber que tudo bem não ser "perfeitinha" e que minha motivação estava deturpada.... Minha mãe falava a mesma coisa que a sua: "Vc é muito certinha!!!" hahahaha

Reconhecer para nós mesmos que não tem problema sermos "bons" o tempo todo e chegar neste ponto de intimidade com Deus é libertador!!

Que alegria ver como vc tem amadurecido em Deus!! E obrigada por me lembrar que "não tem como curar um problema que eu acho que não existe". Foi muito edificante!!

Bjos

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