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Foto do escritorAna Carolina Urel

O Milagre do Segundo Ano

Oi pessoal que lê meu blog! Quanto tempo, né?


Eu sei que faz um tempo.

Eu fiquei um tempinho sem escrever.


Os últimos dois meses tem sido desafiadores, e meio que me deu vontade de parar de escrever. Contudo, enquanto eu orava um dia desses, Deus me trouxe à memória a razão pela qual eu comecei o blog.

Eu acho que eu não compartilhei as razões previamente, então para explicar o post de hoje, vou falar sobre isso.


Eu sempre curti escrever, pessoalmente eu acho que eu sou mais clara quando escrevo meus sentimentos, do que quando eu me expresso falando. Dito isso, escrever as minhas histórias seria uma boa maneira de compartilhar minha jornada com as pessoas que eu amo, mas vivem longe de mim. Outro motivo era mostrar o trabalho de Deus na minha vida, e que de alguma maneira, para as pessoas, que minha jornada é sobre Ele. Se uma pessoa se quer se identificasse, uma pessoa fosse abençoada, se uma pessoa fosse encorajada durante a leitura isso seria incrível. Acredito que Deus quer que eu compartilhe o que Ele está fazendo na minha vida, através dela e por ela. Por último, mas não menos importante, eu comecei o blog para mim mesma, para que eu pudesse me lembrar. “Lembrar do que, Carol? ”, você poderia perguntar.

Me lembrar dos milagres de Deus na minha vida. Você sabe por que? Porque algumas vezes quando a vida fica difícil, quando a vida fica maluca, quando eu me sinto perdida, é fácil pensar que eu estou sozinha ou que Deus não está trabalhando agora, mas Ele está sempre trabalhando. Mesmo quando eu não vejo, Ele está trabalhando, mesmo quando eu não sinto Ele está trabalhando.


Pensando nisso eu tive essa ideia nova para o blog, chamada Milagres de Deus. A ideia é compartilhar meus milagres pessoais. Eu já compartilhei alguns, e quero falar sobre outros. Eu quero que nós possamos ver Deus em tudo porque Ele está em tudo.


Duas semanas atrás eu estava chorando na igreja, e uma mulher se aproximou para perguntar o que estava errado, e ela orou por mim, foi maravilhoso. Definitivamente Deus demonstrando seu cuidado por mim, e eu quero compartilhar com vocês o que ela me disse: “Carol, eu não sei exatamente porque você está chorando, mas eu quero que você se lembre disso. Deus é bom. Ele pode fazer coisas impossíveis. Ele pode mudar toda a sua situação, Ele pode fazer o impossível. Ele pode fazer algo que você nem imagina. Tenha fé, Carol. Não duvide. Ele fará o que for melhor para Sua glória, e é melhor do que você pode imaginar. E Carol, eu sei que você sabe tudo isso, mas algumas vezes nós precisamos de lembretes. Nós precisamos de pessoas que nos lembrem da verdade. Nós precisamos lembrar a nós mesmos da verdade. Você é corajosa Carol. Continue trabalhando. ”


Uau, né?


Eu estou compartilhando isso porque enquanto escrevo minhas histórias, e começo a minha nova “série” chamada milagres, nós sempre saberemos e seremos lembrados que Deus pode fazer coisas impossíveis.


Beleza, chega de introdução agora e vamos para o que interessa.

A história de hoje se chama “O Milagre do Segundo Ano.”


Se você já leu algum dos meus blogs anteriores, ou simplesmente me conhece, você vai saber que eu sempre quis morar nos Estados Unidos por uma temporada. Se você não sabe disso dá uma conferida no meu texto chamado “Califórnia”.


Enfim, quando o sonho de viver nos EUA se tornou real, e eu finalmente soube que iria, eu tinha um plano e tudo certo na minha mente. Eu iria aos EUA por um ano, iria viajar bastante, e voltaria para o Brasil. Aí no Brasil eu arranjaria um emprego em Santos, e ia ser feliz para sempre.


“Se você não me conhece um pouco até agora, quero deixar bem claro que eu sou uma pessoa muito dramática, então enquanto você lê a história, caso você pense: Nossa, que drama. Provavelmente foi! ”


Então, ficar um segundo ano não estava nos meus planos. Todo mundo no Brasil achava que eu ficaria dois anos, mas eu estava tão decepcionada com a vida que ir para os EUA não parecia tão mágico como um dia pareceu. Eu dizia para as pessoas que eu voltaria sim em agosto, mas que também não iria limitar o que Deus podia fazer, e eu não podia falar sobre a Carol do futuro. Se fosse da vontade dEle eu ficaria, mas naquela época minha vontade era voltar. Eu iria morar no Brooklyn, o que não era tão animador para mim por não ser o lugar que eu imaginei, mas era bom o suficiente. Eu não vou mentir e dizer que eu nunca imaginei ficar o segundo ano. Eu imaginei, mas só achava o segundo ano possível se o primeiro fosse incrível, e eu era pessimista demais para achar que o meu primeiro ano seria incrível.


Eu nunca quis morar em Nova Iorque. Eu nunca nem quis visitar Nova Iorque. Eu queria morar na Califórnia ou em Boston. Nova Iorque não estava nem na lista. Ficar no Brooklyn por mais de um ano parecia uma ideia bem distante. Em outra história eu posso compartilhar como eu acabei no Brooklyn, mas hoje vamos focar no milagre do Segundo ano.


Beleza, cheguei aqui dia 14 de agosto de 2018, e quando eu passei a primeira semana em Manhattan, eu odiei. Eu realmente não gostei de lá, e o que mais me assustou foi que diferentemente de todo mundo no treinamento, eu não iria embora de Nova Iorque no final da semana, eu ficaria. Eu fiquei tão apavorada que nem dormi direito, eu disse para o meu irmão que não conseguiria. Meu irmão, sábio como sempre, me disse para ir para casa da família e tentar. Pelo menos um mês, Nova Iorque não podia ser tão ruim assim.


O primeiro mês foi difícil.

Me acostumar foi mais difícil que eu imaginei.

Garota de cidade pequena que tinha que passar horas no metrô.

Comida ruim.

Sem amigos.

Ficar um segundo ano parecia impossível.

Entretanto, depois que chove acontece o que? Isso mesmo, o céu clareia e o arco-íris aparece.


O segundo mês veio e eu já não odiava Nova Iorque. A vida não parecia tão ruim. Eu fiz uma amiga. Eu estava esperançosa sobre a igreja. Eu estava curtindo a vida na cidade mais do que eu achei que iria. Eu estava sendo cuidadosa com os meus sentimentos para não criar expectativas tão grandes sobre o futuro, mas eu estava bem feliz com a situação.


O tempo foi passando, e o meu desejo e a super vontade de morar na Califórnia desapareceu. O desejo de ficar, entretanto? Apareceu bem forte, mas eu não queria só ficar. Eu queria ficar no Brooklyn. Eu queria ficar no lugar que eu não achei que era para mim, mas eu aprendi a amar. Eu não conseguia imaginar um segundo ano que não fosse no Brooklyn. Eu acreditava que Deus tinha muito para fazer comigo aqui.

Os meses passaram e nada da minha família daqui falar sobre a extensão. Eu tinha certeza que eu queria ficar, mas eu não tinha certeza se eles queriam que eu ficasse.


A Rebeca, que chegou junto comigo, já sabia da situação dela. Ela, que não queria ficar de jeito nenhum a princípio, já tinha concordado com a extensão, e tinha passagens para ir para o Brasil. Eu sei que eu não devia me comparar, mas eu o fiz.

E eu me preocupava. Eu mudei de não querer estar aqui de jeito nenhum, para eu não quero ir embora, mas sem oferta nenhuma. Nada concreto.

Eu sei que durante esse período, Deus me ensinava sobre paciência e confiança, mas eu já estava tentando arranjar uma maneira por mim mesma de ficar no Brooklyn.


Mais um tempo se passou, e eu estava muito certa da minha decisão, e mesmo sem uma oferta da família, eu comecei a perguntar aos meus amigos e familiares o que eles achavam de eu ficar o segundo ano. Meus amigos disseram que sentiriam minha falta, mas ver o que Deus estava fazendo na minha vida, e a minha felicidade, era prova de que ficar era o certo. Meu pai chorou, e disse que se eu estivesse feliz era isso que importava. Meu irmão disse para eu ficar tranquilamente. A minha mãe, ah a minha mãe, foi confirmação de Deus. Eu não fazia ideia do que ela iria falar, mas com certeza o que ela disse foi surpreendente para mim. Ela disse “Carol, você é minha filha. Eu te criei, eu vejo nos seus olhos há um tempo que você quer ficar. Desde que você era pequena você me falava desse sonho, e mesmo que seja difícil estar longe de você, eu sei que você está no lugar certo. E se você me perguntar Carol, eu tenho essa sensação que você vai ficar aí mais tempo que isso, e tudo bem. Eu te amo e quem sabe um dia vou te visitar. ” Foi bem chocante para mim, porque minha mãe que odeia ir de Tupã a Marilia, pegaria um avião de 10 horas para me ver.


Eu não sei exatamente quando as coisas mudaram dentro do meu coração, e o grande desejo de ficar no Brooklyn apareceu, mas definitivamente eu sei que ele veio de Deus. Eu se que teve a ver com o meu processo de maturidade. Eu sei que tinha a ver com um plano bem maior do que o meu.


Eu continuei orando.

Deus confirmou no meu coração.

Deus confirmou no coração das pessoas a minha volta.

Só faltava uma coisa: A proposta da família.

Eu continuei orando. Eu tinha esperança.


Quando fez seis meses que eu estava nos EUA, depois de eu voltar da minha viagem favorita até aqui e receber a notícia que meu irmão teria um filho, a minha família daqui pediu para fazer uma reunião. (Fato curioso sobre mim: Eu odeio reuniões ou quando alguém diz que precisa falar comigo depois. Depois não parça, agora.)


Eu orei muito antes da reunião, fiquei meio nervosa sobre o que eles iriam dizer, mas parte de mim tinha esperança de que era a proposta que eu tanto queria.

Quando o dia chegou, eles me disseram que queriam que eu ficasse. Eu fiquei tão feliz.

Porém, ao invés de dizer “é claro que eu vou ficar”, depois de saber sobre o nascimento do bebê, eu disse que só ficaria se pudesse ir ao Brasil.

Eles ficaram felizes também, e disseram que claro que eu poderia ir ao Brasil no segundo ano.

Eu orei.


E conversando com a Marcella, eu perguntei: “Marcella, o que você acha? Você acha que é da vontade de Deus que eu fique? ”

Marcela me olhou nos olhos e disse: “Você tá falando sério? Você tem orado para eles te pedirem para ficar há um tempão, e daí eles pedem e você não sabe se vem de Deus?!”


Sim, ela estava certa e eu estava duvidando de algo que não precisava duvidar.


Bom, eu escrevo isso no meu décimo quarto mês aqui, então, como vocês sabem, eu fiquei.


O segundo ano é um milagre porque ele nem era para acontecer.

O segundo ano é um milagre, porque a resposta não veio quando eu queria, mas eu aprendi a descansar em Deus sem saber a resposta. Aprendi a estar contente independente da resposta.

O segundo ano é um milagre, porque a proposta para ficar veio exatamente do jeito que eu queria.

O segundo ano é um milagre, porque mesmo que eu não mereça, o meu primeiro ano foi mais incrível do que eu podia imaginar.

O segundo ano é um milagre porque Deus mudou meu coração nesse tempo aqui.

O segundo ano é um milagre porque não era nem para eu estar aqui.

O segundo ano é um milagre porque eu posso ficar e visitar o Brasil como eu orei.

O segundo ano é um milagre porque mesmo que eu não tenha entendido no começo porque Deus me queria aqui, e porque Ele me trouxe, Deus me mostrou que Ele sabia melhor.

Quando eu penso nesse milagre eu me lembro da bondade de Deus. Eu me lembro que o que parece impossível para mim, não é impossível para Deus. Eu me lembro que Ele está trabalhando em mim em situações que eu não entendo. Eu me lembro que estar no lugar que Deus quer que eu esteja, é o melhor lugar para se estar. Deus continua trabalhando em mim e os seus milagres estão em todos os lugares para vermos.

Quando eu não sei o que vai acontecer no futuro, eu posso descansar naquele que escreve o futuro.


Termino este post escrevendo do Brooklyn, o lugar que eu aprendi a amar.




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